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sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Simon Clarke (1946-2022)

Simon Clarke faleceu na terça-feira (27/12).
 
Pouco conhecido no Brasil, mesmo entre os estudiosos da obra de Marx, foi menos lido ou citado do que devia. 
 
Alguns de seus livros são marcos importantes na literatura sobre as teorias do valor, das crises e do Estado, começando por Marx, marginalism and modern sociology (1982); Keynesianism, monetarism and the crisis of the state (1988); Marx's theory of crisis (1994); e o volume que organizou sobre The state debate (1991).
 
Foi também autor de vários estudos sobre relações de trabalho na Rússia, na China e no Vietnã.
 
Os originais (preprints) destes livros e do seu guia de leitura d'O Capital, bem como de vários artigos, podem ser encontrados na sua velha página pessoal no site na Universidade de Warwick.Também há algo no Libcom

RIP Simon Clarke (1946-2022).
 

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Friedrich Engels 200: still more books

This post is an update to my previous lists of books on Engels' life and work that are being published this year (check the first list and the second one).

In 2020 we celebrate the 200th anniversary of Friedrich Engels's birth. 

 





Detlef von Lehnert, Christina Morina (Hrsg.).
Friedrich Engels im Wuppertal: Auf den Spuren des Denkers, Machers und Revolutionärs im »deutschen Manchester«.
Metropol Verlag, 2020.

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Frank Jacob (Hrsg.).
Engels @ 200: Reading Friedrich Engels in the 21st Century.

Büchner-Verlag, 2020.

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Klaus Körner (Hrsg.).
E Dear Frederick! Lieber Mohr!
Friedrich Engels und Karl Marx in Briefen
.
WBG Theiss, 2020.

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Michael Driever.
Auf den Spuren von Karl Marx und Friedrich Engels.
Reise Know-How Rump, 2020.

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sábado, 7 de novembro de 2020

Friedrich Engels 200: more books

This post is an attempt to update a previous list of the books on Engels' life and work that are being published this year. In 2020 we celebrate the 200th anniversary of Friedrich Engels's birth.




Reiner Rhefus.
Friedrich Engels im Wuppertal: Auf den Spuren des Denkers, Machers und Revolutionärs im »deutschen Manchester«.
VSA: Verlag, 2020.

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Michael Roberts.
Engels 200 – his contribution to political economy.
Lulu, 2020.

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Eberhard Illner, Hans Frambach, Norbert Koubek (Hrsg.).
Friedrich Engels: Das rot-schwarze Chamäleon.
WBG, 2020.

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segunda-feira, 29 de julho de 2019

Ainda sobre Marcuse

Herbert Marcuse morreu em 29 de julho de 1979, há exatos 40 anos.

Dos autores de Frankfurt ele foi o mais precocemente traduzido no Brasil, ainda mais se considerarmos a publicação de livros, ao invés de artigos isolados. Eros e civilização apareceu ainda em 1968, pela Zahar, acompanhando a publicação de Ideologia da sociedade industrial no mesmo ano. Na sequência, outros volumes do autor seriam lançados pela editora, como Contra-revolução e revolta, em 1973.

O surgimento destas traduções em plena ditadura militar certamente se explica pela projeção e popularidade que Marcuse assumiu a partir das revoltas de 1968 nos EUA e na Europa. Também se explica pela coragem de um Jorge Zahar, seu editor no Brasil. Verdade seja dita, aquelas primeiras traduções deixavam muito a desejar (estou sendo delicado e até condescendente), de modo que a relativa precocidade do acesso aos seus textos em língua portuguesa nem sempre significou maior facilidade na compreensão das ideias de Marcuse (novamente, não seria injusto dizer que estou sendo brando aqui).

Mais adiante, em 1978, a Paz e Terra publicou Razão e revolução. No final dos anos 1990, um novo surto de traduções proporcionou o lançamento de duas coletâneas de seus artigos. A primeira, publicada pela Paz e Terra com o título de Cultura e sociedade, em dois volumes, seguida de outra lançada pela Editora Unesp sob o título de Tecnologia, guerra e fascismo.

Figura de destaque entre os teóricos da primeira geração da Escola de Frankfurt, não surpreende que o nome de Marcuse figurasse ao lado dos de Benjamin e Adorno no título daquela que foi a primeira obra de um brasileiro a analisar o legado do grupo -- o livro de José Guilherme Merquior lançado pela Tempo Brasileiro em 1969. Curioso mesmo é o que veio depois, o destino tormentoso e pouco afortunado da recepção de suas ideias no Brasil. 


O primeiro sinal de uma inflexão apareceria poucos depois, ainda em meados dos anos 1970, quando do lançamento da coleção Os Pensadores, da Editora Abril, que se constituiria num marco para a divulgação de boas traduções de textos filosóficos no Brasil. No volume da coleção dedicado aos frankfurtianos, o nome de Marcuse e seus textos foram solenemente ignorados. É possível -- e até provável -- que isso tenha acontecido como resultado do que já mencionei: a ampla disponibilidade de traduções dos textos marcuseanos naquela época. De todo modo, não considero que seja inteiramente abusado tomar a ausência de Marcuse naquele volume como um sinal ou prenúncio do que viria em seguida, isto é, da queda veloz e acentuada do interesse por sua obra. Ou muito me engano, ou Marcuse também não mereceu um volume na coleção Grandes Cientistas Sociais que a editora Ática publicou poucos anos depois sob a direção editorial de Florestan Fernandes (mas Benjamin, Adorno e Habermas tiveram seu lugar assegurado nela).

Em resumo, pra quem como eu chegou a idade adulta no início dos anos 1980, é difícil afastar a impressão de que o que se considerava como frankfurtiano naquele momento tinha muito mais a ver com Benjamin, Horkheimer e, sobretudo, com Adorno e Habermas, do que com Marcuse. Foi justamente nos livros daqueles autores que -- com o auxílio de comentários de intérpretes brasileiros, como Rouanet, Freitag e Chauí, e, sobretudo, das traduções espanholas da saudosa editora Taurus e, mais tarde, nas versões inglesas da MIT Press -- eu e meus contemporâneos fomos aos poucos descobrindo e compreendendo a chamada teoria crítica. Numa palavra, se não estou cometendo o erro básico de generalizar para minha geração algo que é apenas o resultado de minha experiência pessoal, tenho a impressão de que Marcuse jamais esteve entre nossas prioridades, muito ao contrário da experiência dos que vieram anos antes de nós.

A hipótese que acabo de enunciar é falsificável, mas não me disponho a compilar os dados que poderiam testá-la. É claro também que nada disso importa além do relato de uma experiência pessoal ou geracional. Finalmente, é óbvio que a obra de um autor ou sua atualidade não se deixam avaliar pelo fato dele ter sido lido ou não, compreendido ou não, por uma determinada geração.

O fato é que os 40 anos da morte de Marcuse passaram praticamente em branco no Brasil e, a julgar pelos jornais de hoje, em boa parte do mundo. O azar é nosso... Mas nem tudo está esquecido e prova disso são os dois números da revista Dissonância lançados recentemente e integralmente dedicados a sua obra.

Esquecido, mas não por inteiro, não é tarde (não mesmo!) para redescobrir Marcuse. Quem sabe agora? Deixo a lembrança.




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PS. leitor amigo, no momento não estou interessado em discutir se Habermas deve ser tratado com frankfurtiano ou não, nem mesmo se a alcunha "Escola de Frankfurt" é adequada para descrever um movimento teórico ou não passa de um guarda-chuva desconjuntado. Isso é só um comentário em tom pessoal e certas liberdades, como o emprego do adjetivo frankfurtiano, servem bem às minhas necessidades aqui e agora. Queira-me bem.

PS 2. fiz uma correção no texto: o livro do Merquior não foi editado pela Zahar, como eu havia mencionado inicialmente, mas pela Tempo Brasileiro (que, a propósito, editou outros textos de e sobre frankfurtianos nos anos 1970 e 1980). Agradeço ao Ricardo Fenati por me alertar sobre o erro.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Herbert Marcuse (1898-1979)

No ano passado, comemoraram-se os 120 anos do nascimento de Herbert Marcuse. Em 2019, os 40 anos de seu falecimento. Até onde pude acompanhar, pouca coisa foi feita por aqui e mesmo lá fora para celebrar as datas e rememorar a vida e a obra do autor. É claro, pode ser só a minha impressão ou mesmo falta de informação.

De todo modo, o que eu gostaria de registrar aqui é a publicação de dois números da revista "Dissonância: Revista de Teoria Crítica", que eu também não conhecia, números integralmente dedicados à Marcuse. Alvíssaras!

O primeiro número, lançado ainda em 2018, traz nove artigos sobre sua obra, escritos por intérpretes brasileiros e do exterior, além de uma apresentação dos editores dos dois números, John Abromeit e Marcos Nobre.

O segundo, lançado há pouco, publica traduções inéditas de seis artigos de Marcuse, entre os quais um texto publicado postumamente, em 1992, sobre Ecologia e Crítica da Sociedade Moderna, que é a transcrição de uma fala de 1979, ano de sua morte. O número traz ainda duas entrevistas com Marcuse, que incluem uma longa conversa de 1978 com Jürgen Habermas, Heinz Lubasz e Tilman Spengler.

Enfim, tem coisas preciosas pra quem se interessa pela obra do grande filósofo e cientista social alemão, e formam um registro à altura das duas efemérides.A revista tem acesso aberto.

Herbert Marcuse (1898-1979)

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Socialismo ou barbárie

Na última semana, postei um texto escrito por Rosdolsky em que ele retoma a famosa expressão "socialismo ou barbárie". Rosdolsky atribui a origem dessa divisa a Engels. Ao fazê-lo, provavelmente ele estava apenas seguindo Rosa Luxemburgo, que popularizou o slogan na famosa Brochura Junius, um texto escrito na prisão, em 1915, e publicado em 1916. Naquele texto, Rosa afirmava:
“Friedrich Engels disse uma vez: a sociedade burguesa encontra-se perante um dilema - ou a passagem ao socialismo ou regressão à barbárie (...) Hoje, encontramo-nos, exatamente como Friedrich Engels previu há uma geração, 40 anos atrás, perante a escolha: ou triunfo do imperialismo e decadência de toda a civilização (...) ou vitória do socialismo...”
Rosa Luxemburgo (1871-1919)
A verdadeira origem dessa expressão, no entanto, tem sido objeto de controvérsia. A maioria concorda em atribuí-la a Engels, mas há considerável incerteza e polêmica em torno de qual texto desse autor corresponderia exatamente àquele que Rosa fez referência.

Outros intérpretes, como é o caso de Michael Löwy, seguem a mesma tese, mas enfatizam o sentido inteiramente novo que a expressão ganhou nos escritos de Rosa.

Karl Kautsky (1854-1938)
Recentemente, porém, deparei com um texto de Ian Angus, que  argumenta que o verdadeiro autor do slogan seria, nem mais nem menos, Karl Kautsky.

O argumento de Angus é engenhoso e, apesar disso, pouco conhecido. Até onde sei, não houve nenhuma crítica frontal ou refutação de sua tese, ao contrário, ela encontrou uma acolhida favorável entre alguns dos mais importantes estudiosos do período. Como o próprio Angus registra, seu comentário é parte de um movimento de releitura e reavaliação da influência e importância do Kautsky, inclusive quanto sua relação com Lenin. É uma das coisas curiosas de lidar com história das ideias, essa possibilidade de, com o tempo, redescobrir aquilo que no passado devia soar óbvio mas, por alguma razão, ficou esquecido ou oculto para os que vivem em outro contexto. Fica o registro.


sábado, 17 de outubro de 2015

Seminário: Crise capitalista e perspectivas emancipatórias

De 27 a 29 de outubro, o Cedeplar promoverá o seminário Crise capitalista e perspectivas emancipatórias. O evento está sendo organizado pelo grupo de pesquisa em Economia Política Contemporânea, e contará com a presença de convidados como Alex Callinicos, professor de teoria social e economia política internacional do King's College London, e outros 28 pesquisadores e professores de diferentes universidades brasileiras.

O seminário tem por objetivo
"discutir aspectos relevantes da realidade social, econômica, política, cultural e contemporânea em perspectiva crítica. O ponto de partida da proposta é a constatação da exacerbação da crise capitalista mundial, que não se restringe à dimensão econômica, e que tem sido acompanhada, de um lado, de significativa perda da relevância de respostas à esquerda, seja do ponto de vista organizativo, seja do ponto de vista programático; e, de outro lado, de ameaçadora expansão obscurantista. A esses aspectos gerais buscar-se-á, também, considerar os rebatimentos sobre o Brasil da crise mundial privilegiando-se, no referente ao País, um balanço e perspectivas da economia brasileira."
Ele está organizado a partir de três grandes temas: A Crise Capitalista Mundial; Um Marxismo para o nosso Tempo; e Economia, Política e Sociedade Brasileira. Para cada tema estão previstas três ou quatro mesas-redondas que contarão, cada uma, com a participação de dois expositores e um debatedor. A programação completa pode ser conferida no site do Cedeplar. A intenção é que as exposições e as intervenções dos debatedores sejam posteriormente reunidas de modo a compor um livro-síntese dos resultados do Seminário.

As inscrições podem ser feitas através do envio da ficha de inscrição, acompanhada do comprovante de pagamento da taxa, para o email seminarios@cedeplar.ufmg.br





quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Sobre a edição crítica das obras de Marx e Engels

É difícil pensar em algum outro autor que tenha sido tão influente no mundo contemporâneo quanto Karl Marx. No último século e meio que nos separam da publicação do primeiro livro de O Capital, as obras de Marx foram lidas não apenas por pesquisadores e estudiosos, mas também por militantes políticos e curiosos das mais diferentes partes do globo.

Por outro lado, a recepção das ideias de Marx comporta numerosos problemas e, até mesmo, paradoxos. Nos países em que foi venerado, suas ideias foram simplificadas e distorcidas, apresentadas como uma doutrina monolítica que proporcionaria justificativas para as práticas políticas de regimes francamente autoritários. Em toda parte, seguidores e adversários de Marx estabeleceram uma continuidade direta e estrita entre suas ideias e aquelas que povoaram o marxismo em suas mais diferentes versões. As diferenças que poderiam existir – e certamente existem – entre os conceitos marxianos e as ideias marxistas foram esquecidas ou apagadas.

De fato, as dificuldades envolvidas na recepção das ideias de Marx só podem ser bem entendidas se atentarmos para o fato de que  o marxismo se desenvolveu numa época em que o conhecimento dos
escritos de Marx era repleto de lacunas e, por isso mesmo, parcial e inadequado. A doutrina do “materialismo histórico”, por exemplo, foi formulada nas últimas décadas do século XIX e nas primeiras do século XX por autores como Plekhanov, Mehring e Kautsky, muito antes que o manuscrito de A Ideologia Alemã fosse publicado. E, mais decisivo, essa doutrina acabou influenciando a maneira como o manuscrito foi lido e interpretado. Também não foi por acaso que a publicação tardia de obras como os Manuscritos Econômico-Filosóficos e os Grundrisse der Kritik der politischen Ökonomie provocasse o surgimento de longas controvérsias e críticas às interpretações convencionais da crítica da economia política.

Por essa razão – pelo fato de que o marxismo se constituiu antes mesmo que a maioria dos textos de Marx fosse conhecida – compreender a recepção da obra de Marx e as interpretações que foram dadas a suas ideias requer que um entendimento seguro do movimento de edição e publicação de cada um de seus textos. Além disso, conhecer o modo como as obras de Marx vieram a público e o contexto em que foram lidas pode contribuir para uma releitura desses textos em nova chave, para a reinterpretação do pensamento de Marx agora livre das funções ideológicas que pesaram sobre ele no passado.

É o que procuramos mostrar num artigo que acaba de ser publicado na série de Textos para Discussão do Cedeplar-UFMG:
Cerqueira, Hugo. Da MEGA à MEGA2: breve história da edição crítica das obras de Karl Marx, (Textos para Discussão, n° 506), Cedeplar-UFMG, 2014.

O artigo pode ser baixado da base bibliográfica EconPapers: basta clicar no link acima e, em seguida, no link em "Downloads: (external link)". O texto apresenta as principais tentativas de empreender uma edição completa e histórico-crítica das obras de Karl Marx, a Marx-Engels Gesamtausgabe (MEGA): a primeira, liderada por David Riazanov nos anos 1920-30 e, a segunda, o projeto da MEGA2, iniciado nos anos 1970 e ainda em curso. Além de apresentar essas duas edições, o texto discute seus impactos sobre a interpretação do pensamento econômico e filosófico de Marx tomando como exemplo as discussões recentes sobre duas das obras consagradas de Marx: a Ideologia Alemã e O Capital.

Espero que a leitura seja proveitosa. Comentários e críticas são benvindos.


sábado, 16 de novembro de 2013

Seminários do Professor Susumu Takenaga no Cedeplar

Estamos nos preparando para receber a visita do Professor Susumu Takenaga, da Faculdade de Economia da Universidade Daitobunka (Tóquio, Japão), que virá a Belo Horizonte na última semana de novembro, atendendo a um convite do grupo de pesquisa em Economia Política Contemporânea do Cedeplar. O objetivo dessa visita é a realização de reuniões de trabalho sobre um conjunto de manuscritos inéditos de Marx, textos que vem sendo investigados simultânea e independentemente pela equipe do Cedeplar e por pesquisadores japoneses, e que reúnem notas tomadas por Marx sobre as crises econômicas da década de 1860.

No que diz respeito ao grupo do Cedeplar, esse trabalho rendeu a publicação de um artigo em 2013, Notes on a crisis: the Exzerpthefte and Marx’s Method of Research and Composition, que discute o  manuscrito B113 (veja esse post sobre o artigo). O Prof. Takenaga, por sua vez, é membro, desde 1998, do comitê editorial japonês da Marx Engels Gesamtausgabe (MEGA), a edição histórico-crítica das obras completas de Karl Marx e Friedrich Engels. Seu grupo está encarregado da edição dos volumes 17, 18 e 19 da quarta seção da MEGA, que abrigarão os textos compilados por Marx em seus cadernos de excertos dos anos 1860, e que tratam de temas de interesse para sua pesquisa com vistas à redação d'O Capital.

Prof. Susumu Takenaga
(foto do site da Berliner Verein zur
Förderung der MEGA-Edition e.V.)
Nascido em 1949, Takenaga é mestre em Economia pela Universidade de Osaka. Doutorou-se, em 1984, pela Universidade de Paris X (Nanterre), onde defendeu uma tese sobre as diferenças entre a teoria marxiana do valor e a dos economistas clássicos. Essa tese foi publicada em 1986 com o título de Valeur, formes de la valeur et étapes dans la pensée de Marx.

Desde então, Takenaga tem desenvolvido pesquisas nas áreas de economia política marxista e de história do pensamento econômico, com ênfase nas obras de Ricardo e outros economistas clássicos. Publicou mais de 50 artigos e organizou vários livros, dos quais o mais recente é Ricardo on money and finance: a bicentenary reappraisal (Routledge, 2013). Foi também o responsável pela tradução japonesa do clássico Ensaios sobre a teoria marxista do valor, de autoria de Isaak Rubin. Ao contrário das traduções para línguas ocidentais, que se basearam na versão inglesa feita a partir da terceira edição russa, a versão japonesa tem um interesse particular por ter partido do texto ampliado da quarta e última edição russa, que teve uma circulação restrita em função da prisão de Rubin.

Além das reuniões de trabalho com os pesquisadores do Cedeplar, o Prof. Susumu Takenaga fará duas atividades públicas durante sua visita. Na quarta-feira, 27/11, ele apresentará o seminário Isaak Rubin and his essays on Marx's theory of money. Na oportunidade, vai discutir o Ensaio sobre a teoria do dinheiro de Marx, um texto pouco conhecido de Rubin, que permaneceu inédito até 2012 e que, atualmente, só está disponível em edições russa e alemã. A apresentação será apoiada no texto Essays on Marx’s theory of money of I. I. Rubin.




Na quinta-feira, 28/11, Takenaga apresentará o seminário The editorial work of the MEGA, em que discutirá os resultados do trabalho da equipe japonesa responsável pela edição da Marx Engels Gesamtausgabe (MEGA). A apresentação tomará por base o texto Marx’s excerpt notebooks on the crisis of the mid-1860’s.





Os dois eventos serão realizados no Auditório 3 da FACE-UFMG, às 16 horas, e são abertos a todos os interessados.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Seminário: A lei do valor na economia mundial

No dia 18 de novembro, segunda-feira, o Prof. João Machado Borges Neto virá ao Cedeplar para apresentar um seminário sobre A lei do valor na economia mundial.

João Machado Borges Neto
João Machado graduou-se em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais, em 1974. É mestre em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1995) e doutor pela Universidade de São Paulo (2002), onde apresentou uma tese sobre o Duplo caráter do trabalho, valor e economia capitalista.

Foi professor da FACE-UFMG entre 1974 e 1979. Posteriormente, ingressou na PUC-SP, onde leciona nos cursos de graduação e pós-graduação em Economia. É autor, entre outros trabalhos, de 'As várias dimensões da lei do valor' (Nova Economia, v. 14, 2004), 'Por que o duplo caráter do trabalho é o ponto crucial em torno do qual gira a compreensão da Economia Política?' (Revista de Economia, v. 34, 2008) e Ruy Mauro Marini: dependência e intercâmbio desigual (Crítica Marxista, v. 33, 2011).
O seminário, organizado pelo grupo de pesquisa em Economia Política Contemporânea do Cedeplar, vai acontecer às 14h30, no auditório 3 da FACE-UFMG. A participação será aberta a todos os interessados.




Mészáros na UFMG

No próximo dia 26/11, o filósofo húngaro István Mészáros estará na UFMG para proferir a conferência A dialética em Lukács e o enigma do Estado e para lançar seu livro O conceito de dialética em Lukács.

Na mesma oportunidade, acontecerá o lançamento da tradução do segundo volume da Ontologia do ser social, obra póstuma do filósofo György Lukács.

Os eventos são uma realização do Programa de Pós-graduação em Filosofia da UFMG e contam com o apoio do Cedeplar, através do seu grupo de pesquisa em Economia Política Contemporânea.

Meszaros na UFMG

segunda-feira, 3 de junho de 2013

A teoria de Marx sobre as crises: um seminário com Jorge Grespan

Na próxima quarta-feira, 5 de junho, Jorge Grespan virá ao Cedeplar-UFMG para participar da série de seminários da área de Economia.

Grespan é professor do Departamento de História da USP e um estudioso da obra de Marx. Graduou-se em economia e em história naquela universidade e doutorou-se em filosofia pela Unicamp, com uma tese sobre o conceito de crise na Crítica da Economia Política. Esse trabalho deu origem ao livro O Negativo do Capital, cuja segunda edição foi recém-lançada.
 
Em seu seminário, Grespan retornará ao tema da crise na perspectiva marxiana. Para estimular o debate, ele sugere a leitura prévia dos textos A crise de sobreacumulação e Uma teoria para as crises.
 
O seminário acontecerá às 16 horas, no bloco de auditórios da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. O evento é aberto a todos os interessados.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Por que ler 'O Capital' hoje?



No mês de março, a nova tradução para o português do primeiro volume d'O Capital chegou às livrarias. Publicada pela Editora Boitempo, a tradução foi preparada por Rubens Enderle e será completada pelo lançamento de novas versões do segundo e terceiro volumes, previstas para acontecer em 2014 e 2015. O projeto é parte de um esforço mais amplo e ambicioso da editora, que pretende lançar parte significativa das obras de Karl Marx e Friedrich Engels em novas traduções.


A nova edição do Livro I d'O Capital

A coleção Marx-Engels já atingiu a marca de 16 volumes publicados. Começou com o lançamento de uma edição comemorativa dos 150 anos do Manifesto Comunista, em 1998. Depois foram lançadas as traduções de A sagrada família, em 2003, os Manuscritos econômico-filosóficos, em 2004, a Crítica da filosofia do direito de Hegel, em 2005, Sobre o suicídio, em 2006, e A ideologia alemã, em 2007 (essa última, também traduzida por Rubens Enderle).

Nos anos seguintes vieram outros textos importantes entre os quais a esperadíssima edição dos Grundrisse, em 2011. Quanto a O Capital, foi lançado em três formatos: capa dura, brochura e edição eletrônica.

No dia 20 de abril, o jornal Estado de Minas publicou duas matérias e três pequenos comentários sobre o lançamento, que ocuparam duas páginas do seu caderno semanal "Pensar". A primeira matéria, assinada por João Paulo Cunha, editor do caderno, comentou a nova tradução e chama a atenção para as dificuldades envolvidas na leitura da obra magna de Marx:
"O capital, de Karl Marx (1818-1883), não é um livro fácil. Talvez seja até mesmo um dos mais complexos de seu tempo, pela soma de conhecimentos que traz, que exige um leitor informado sobre filosofia, história, economia e política, entre outras disciplinas. Além disso, ao inaugurar um campo do saber, faz uso de um método, a dialética, inspirada na filosofia de Hegel, mas com um foco definido na análise crítica do modo de produção de riqueza baseado no mercado. Em outras palavras: um novo objeto, uma nova ciência e um novo método. A isso se soma o volume da obra, que alcança milhares de páginas em quatro volumes, sendo que apenas no primeiro deles Marx pôs o ponto final."
A segunda matéria é assinada por Rubens Enderle, o tradutor da nova edição, que comenta os desafios do trabalho. O primeiro foi a necessidade de preservar a precisão conceitual:
"Por exemplo, é preciso preservar a distinção sutil entre termos como “mais-trabalho” (Mehrarbeit), “sobretrabalho” (Überarbeit) e “trabalho excedente” (Surplusarbeit). Há também conceitos de caráter filosófico, dotados de uma forte carga hegeliana, conceitos que o próprio Marx utilizara em suas obras juvenis, como, por exemplo, “alienação” (Entäusserung, Entfremdung), “estranhamento” (Entfremdung), “determinidade” (Bestimmtheit), “suprassunção” (Aufhebung), “materialidade” (Materiatur) etc."
O segundo desafio, segundo o tradutor, foi colocado pela necessidade de transitar pelos diferentes estilos adotados por Marx ao longo do texto, em que se alternam trechos de natureza filosófica com capítulos analíticos e longas narrativas que descrevem as condições de vida da classe operária, sem mencionar as inúmeras referências a obras e personagens literários como Quixote e o Fausto.

São esclarecedores, por outro lado, seus comentários sobre a relação entre a nova tradução e o texto d'O Capital estabelecido na edição MEGA-2 (isto é, a Marx-Engels-Gesamtausgabe, a segunda tentativa de editar as obras completas de Marx e Engels, inciada nos anos 1970 e ainda em curso). É preciso tomar com boa dose de cautela o material de divulgação da editora quando afirma que a nova tradução foi feita "pela primeira vez a partir da edição preparada no âmbito do projeto alemão MEGA-2". Por um lado, é certo que o tradutor está a par dos critérios filológicos e editoriais adotadas na edição MEGA-2, por outro ele mesmo reconhece que:
"No caso do livro 1 de O capital (a 4ª edição), a edição da Mega não traz muitas novidades em relação à edição da Werke (MEW), pois o livro 1 foi editado ainda durante a vida de Marx, e ganhou mais duas edições depois de sua morte. Portanto, o texto-base da Mega é praticamente o mesmo da MEW, com exceção das notas da edição, que em alguns casos suprem lacunas da MEW. Há, certamente, outras vantagens da edição da Mega em relação à da MEW: por exemplo, a Mega traz no seu volume de apêndice todas as passagens da edição francesa de O capital que não foram incorporadas por Marx na edição alemã. Seria interessante apresentar isso ao leitor brasileiro, mas não foi possível incorporar essas passagens em nossa edição, já que isso tornaria o volume grande demais (na verdade, exigiria desmembrar o livro em dois volumes, o que é desfavorável do ponto de vista comercial).
A grande diferença se encontra nos livros 2 e 3, que Marx deixou na forma de manuscritos (montados por Engels naquilo que hoje conhecemos como livros 2 e 3 de O capital). A Mega, além da versão de Engels, edita os manuscritos em sua integralidade, o que revela enormes diferenças em relação à montagem feita por Engels. Em minha tradução dos livros 2 e 3 do Capital, serão incluídas as variantes mais importantes (por mim selecionadas) dos manuscritos. Trata-se, portanto, de um trabalho não só de tradução, mas de pesquisa em mais de 2 mil páginas de manuscritos. O livro 2 deve sair no início de 2014, e o livro 3 em 2015."
Na verdade, os quinze volumes que compõem a segunda seção da edição MEGA-2 incluem todas as versões do primeiro volume d'O Capital, além de todos os manuscritos preparatórios dos 3 volumes. Isso significa que, no que diz respeito ao primeiro volume d'O Capital, a MEGA-2 inclui  não apenas o texto da quarta edição alemã, a partir da qual foram feitas todas as traduções para o português, mas também o texto integral das edições anteriores (a de 1867, a de 1872 e a 1883) e o da tradução francesa publicada entre 1872 e 1875. É importante notar que as variantes dessas edições são, por vezes, significativas, como é o caso, por exemplo, das várias versões do capítulo 1. Se isso não diminui em nada o mérito da nova tradução, fica claro que ainda não dispomos de uma edição à altura dos critérios da MEGA-2. Na verdade, não temos sequer uma tradução do primeiro volume como a tradução espanhola feita por Pedro Scaron e publicada pela editora Siglo XXI, que tomou por base o texto da segunda edição alemã e acrescentou a ele variantes de outras edições.

Finalmente, o caderno Pensar trouxe três pequenos depoimentos na forma de respostas à questão "por que ler O capital hoje?". Tive a satisfação de ser um dos convidados a responder a pergunta, ao lado de Lucília Neves, professora da UnB e da UFMG, e de Frederico Santana Rick, cientista social e militante da Assembleia Popular e das pastorais sociais. Para encerrar, tomo a liberdade de reproduzir aqui o meu depoimento, como uma espécie de convite a leitura desse livro fundamental: 
"Ao longo de todo o século XX, a morte de Marx e de seu legado teórico foi anunciada repetidas vezes, ora por seus adversários – filósofos, políticos, economistas –, ora mesmo por aqueles que até anteontem professavam o marxismo. O simples fato de que o anúncio foi repetido periodicamente revela que o defunto teima em não se deixar sepultar. De fato, a partir de 2008, a crise econômica nos EUA e na Europa provocou um interesse renovado pela leitura das obras de Marx: jornais como o New York Times e The Times tem falado de um “retorno a Marx” e até mesmo a insuspeita revista Time reconheceu em matéria recente a “vingança de Marx” sobre seus adversários.
Se é óbvio que o capitalismo contemporâneo é, em alguns aspectos, distinto daquele que havia no século XIX, não é menos verdade que sua natureza fundamental continua a mesma. O capitalismo é, como Marx mostrou de modo pioneiro, um sistema econômico expansivo e inexoravelmente propenso a crises. O capitalismo ainda é aquele examinado por Marx e O Capital é, de longe, a melhor análise já feita sobre as estruturas fundamentais do capitalismo, suas determinações essenciais, “as leis econômicas que regem o movimento das sociedades modernas”. Por essa razão, ler O Capital continua importante e atual, leitura que é incontornável para quem quiser entender as questões do nosso tempo."



Karl Marx por &&&Creative




quinta-feira, 11 de abril de 2013

Isaac Rubin e a história do pensamento econômico

Na área de economia política, um dos lançamentos aguardados no ano de 2013 é o da tradução brasileira de Istoriya Ekonomicheskoi mysli, obra do grande economista russo, Issac Rubin. O volume, um manual de história do pensamento econômico para ensino universitário, foi publicado em 1926  e reeditado algumas vezes nos anos seguintes. Tinha originalmente 39 capítulos que, na segunda edição, foram acrescidos de mais um. Eles tratam do mercantilismo e da fisiocracia, do pensamento econômico de Adam Smith e David Ricardo, chegando até ao período do declínio da Escola Clássica. Foi originalmente pensado para ser lido e estudado juntamente com um volume de Clássicos da economia política do século XVII até meados do século XIX, uma compilação organizada por Rubin de textos de economistas clássicos e pré-clássicos.

O lançamento dessa tradução para o português vem sendo preparada pela Editora da UFRJ, tendo a frente do projeto a Professora Maria Malta e o saudoso Professor Carlos Nelson Coutinho, que faleceu no ano passado, antes de ver o livro publicado. Em 2012, eles nos convidaram - a mim e ao meu colega e amigo, João Antonio de Paula - para escrever uma apresentação do livro. O convite foi aceito de pronto e o resultado é esse texto que acaba de sair na série de Textos para Discussão do Cedeplar-UFMG:
João Antonio de Paula, Hugo E. A. da Gama Cerqueira. Isaac I. Rubin e sua história do pensamento econômico. (Texto para discussão, 469) Belo Horizonte: UFMG/CEDEPLAR, 2013.
Frontispício da edição russa de 1929 da
História do Pensamento Econômico.
O texto, ao qual é possível ter acesso através do link acima, faz uma breve exposição sobre a biografia de Rubin. Em seguida, discute as tentativas de Karl Marx de escrever uma história crítica da economia política e, à luz desses elementos, analisa o sentido do esforço teórico de Rubin em sua História do Pensamento Econômico.

Lembro que a importância de Isaac Rubin e de seu livro sobre A teoria marxista do valor foram o tema de um dos primeiros comentários postados nesse blog. Nossa expectativa é de que a publicação dessa tradução da História do Pensamento Econômico sirva aos leitores brasileiros e de outros países de língua portuguesa como um meio de estimular o estudo das ideias dos economistas clássicos e de auxiliar na compreensão da crítica de Marx à economia política. Será também uma oportunidade para que esses mesmo leitores avaliem o legado de Isaac Rubin e homenageiem sua memória e seu trabalho, retirando-os do esquecimento e do silêncio em que foram lançados pelo stalinismo. Que o valor de Rubin possa ser reconhecido com justiça por aqueles que vieram depois.




quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Rosa Luxemburgo no Brasil

Rosa: 'Liberdade é sempre a liberdade
daquele que pensa de modo diferente'.
No início desse ano escrevi um comentário sobre os 140 anos do nascimento de Rosa Luxemburgo. Entre outros aspectos, comentei algumas iniciativas editoriais em curso no exterior para comemorar essa data, das quais a principal é o lançamento de uma versão inglesa de suas obras completas. À época, eu disse que não tinha conhecimento de qualquer iniciativa do gênero no Brasil. Pura desinformação...

Dias atrás, passeando por uma de minhas livrarias preferidas, deparei com três volumes em capa bege contendo uma coletânea de textos políticos e cartas de Rosa Luxemburgo. Os livros, lançados recentemente pela Editora da Unesp, foram organizados por Isabel Loureiro, que além de ser uma das grandes estudiosas da obra de Rosa, vem cumprindo um papel importante na divulgação de suas ideias no Brasil, dando continuidade ao esforço pioneiro, iniciado no pós-Guerra, pelo grande Mário Pedrosa, e seguido por Paulo Singer, Maurício Tragtenberg, Michael Löwy e outros tantos.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Rosa Luxemburgo

Comemoram-se, em 2011, os 140 anos do nascimento de Rosa Luxemburgo. Ela nasceu em 5 de março de 1871, em Zamość, na Polônia (uma região então submetida ao Império Russo) e morreu em 15 de janeiro de 1919, quando foi presa e executada por um grupo paramilitar de direita, o Freikorps, que mais tarde apoiaria os nazistas, mas que naquele ano operava sob as ordens do governo social-democrata liderado por Friedrich Ebert.

Rosa Luxemburgo (1871-1919)
Escritora, ativista, revolucionária, economista e pensadora polítíca, a obra de Rosa sempre foi, para mim, um importante contraponto aos traços autoritários da tradição bolchevique. Seu internacionalismo e antimilitarismo, sua crítica apaixonada do capitalismo e sua defesa lúcida e sem concessões da liberdade e do socialismo fazem dela uma pensadora atual, alguém que tem muito o que dizer sobre o nosso tempo. Um tempo em que continuamos perante o dilema que ela formulou de modo clássico: "ou passagem ao socialismo, ou regressão à barbárie".


sábado, 23 de outubro de 2010

A Linha Geral

Estamos a menos de três semanas do seminário A Linha Geral e os preparativos iniciados em agosto estão avançados. Este evento é uma promoção do grupo de pesquisa em Economia Política Contemporânea do Cedeplar-UFMG e vai acontecer em 11 e 12 de novembro, no Auditório 1 da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG.

O seminário tem ao menos dois objetivos básicos:
1. debater diferentes visões e interpretações da crítica da economia política de Marx;
2. discutir aspectos da transformações contemporâneas do capitalismo com base em perspectivas animadas pela crítica da economia politica.

A apresentação que estou preparando para o primeiro dia do seminário vai tratar da vida e da obra de Issak Rubin, um dos grandes intérpretes de Marx.

Um objetivo não menos importante do seminário é o de reunir pessoas interessadas nestes temas. Para tanto, contamos com a presença de especialistas convidados e a participação de todos os interessados. 

As inscrições poderão ser feitas brevemente através de formulário eletrônico que estará disponível no site  do Seminário.  Espero encontrar vocês por lá.

domingo, 15 de agosto de 2010

Sobre Isaak Rubin

O nome de Isaak Illich Rubin é bem conhecido de economistas, filósofos e cientistas sociais brasileiros, ao menos daqueles que frequentam a abordagem marxista destas disciplinas.

Frontispício da terceira edição em russo da
Teoria marxista do valor.
O principal livro de Rubin, A teoria marxista do valor, foi traduzido e publicado em português há trinta anos, em 1980, pela Editora Brasiliense. Originalmente publicado em Moscou, em 1923, com o título de Очерки по теории стоимости Маркса, sua terceira e última edição em russo, lançada em 1928, foi a base para as traduções ocidentais. Mesmo antes de ser traduzido para o português, o livro de Rubin já era lido entre nós nas versões espanhola e americana. Esta última, a primeira tradução a aparecer desde sua publicação, foi preparada por Fredy Perlman e Miloš Samardžija e publicada em 1972. Com base nela, foram feitas outras traduções para línguas ocidentais, como a alemã, a francesa e a italiana.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Seminário à vista

Nesta semana demos início aos convites para o próximo seminário do grupo de pesquisa em Economia Política Contemporânea. É o segundo da série iniciada em outubro de 2008 com o seminário sobre os 150 anos dos Grundrisse.

Desta vez, o encontro vai acontecer em novembro, nos dia 11 e 12, com o título de A linha geral. A escolha deste nome é uma brincadeira com o título do livro que resultou do primeiro seminário, o Ensaio geral, sobre o qual pretendo falar num outro post. O nome é também uma homenagem a Eisenstein, que lançou um filme com este mesmo título em 1929.