terça-feira, 31 de agosto de 2021

Para ler a Riqueza das Nações de Adam Smith, com Maria Pia Paganelli


A Riqueza das Nações é daqueles livros que todo mundo comenta, mas pouca gente leu de verdade. A partir de agora, há uma boa razão pra isso deixar de ser assim. É que acaba de ser lançado o guia para leitura da Riqueza das Nações preparado pela minha amiga querida, Maria Pia Paganelli!
 
Intérprete aguda e original de Smith, Maria Pia é professora da Trinity University e presidente da International Adam Smith Society
 
Seu guia apresenta, capítulo a capítulo, os principais conceitos que estruturam o livro de Adam Smith, situando suas ideias em seu contexto original e apontando aquilo que em sua obra fala ao nosso tempo.
 
Parte do livro foi elaborada durante sua estadia como professora visitante na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2016, quando lecionou um curso sobre a Riqueza das Nações para alunos do Programa de Pós-graduação em Economia do CEDEPLAR-FACE-UFMG, o que é uma razão adicional para eu ter ficado muito contente de ver o texto publicado.
 
Aviso: o fato dela ter incluído meu nome nos agradecimentos é pura generosidade de amiga. A verdade é que, independentemente da nossa amizade, eu só posso recomendar enfaticamente a leitura do guia pra quem quiser estudar e conhecer em detalhe a obra de Smith. O meu exemplar, claro, já está encomendado.
 
A propósito, quem quiser conhecer mais sobre a leitura de Smith proposta pela Maria Pia, sugiro este artigo escrito no mesmo período de sua visita e apresentado numa mesa do Seminário de Diamantina de 2016. Publicado na revista Nova Economia do ano seguinte, está em acesso aberto e é uma boa discussão do "por que ler Smith depois de tanto tempo?".

Este outro artigo, publicado no número mais recente da mesma revista e tambem em acesos aberto, trata do tema de sua apresentação num outro Seminário de Diamantina, o de 2014, assunto que frequentou nossas conversas por algum tempo.
 
Parabéns, Maria! E boa leitura pra todos!
 
 

 

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

O capitalismo no Brasil

 

Vocês devem se recordar o recente apagão do servidor do CNPq, que tirou do ar os currículos Lattes de todo mundo. Reza a lenda, e as más línguas confirmam, que ele foi causado pelo meu colega João Antonio de Paula. Tudo teria acontecido quando o João tentou atualizar seu currículo, lançando de uma só vez sua produção acadêmica no período da pandemia, o que terminou travando o sistema.

Não, claro que não é verdade. Quem conhece o João sabe que ele não pilota computadores, nem dá bola pro seu Lattes. Mas, se non è vero, è ben trovato. De fato, o João Antonio andou aproveitando os longos meses de isolamento para tirar da gaveta, rever e publicar vários trabalhos, não só artigos, mas também livros. 
 
O mais recente destes livros eu acabei de descobrir. Digo que descobri, literalmente, porque mesmo sendo colega e amigo do João ando tendo dificuldades de acompanhar as suas publicações. Trata-se deste O Capitalismo no Brasil, que a editora apresenta como "uma visão de conjunto da economia brasileira e de suas origens coloniais até a contemporaneidade". 
 
Conheci uma versão anterior e manuscrita deste texto, que é uma tentativa de dar conta da natureza específica do capitalismo no Brasil, de pensar a formação econômica brasileira, mas sem privilegiar o ponto de vista da sucessão, êxitos e fracassos de políticas econômicas, como teimam em fazer tantos economistas. Ao contrário, adota o ângulo de análise das condições estruturais que definem nosso capitalismo, suas contradições e possibilidades. 
 
Agora, publicado em livro, o ensaio pode e deve ser lido por quem queira pensar sobre o tema, que é incontornável. O volume pode ser encontrado no site da editora e, é claro, nas "boas casas do ramo". 
 
Como notícias boas também costumam andar juntas, vou aproveitar esta postagem para divulgar mais uma novidade. O podcast ipsis litteris, editado pelo meu outro colega, Alexandre Mendes Cunha, divulgou recentemente o seu segundo episódio: desta vez, é uma entrevista com o João Antonio. O tema da conversa é bem diverso do assunto tratado no livro mas, nem por isso, menos interessante: são as consonâncias entre as obras de Rousseau e Marx, assunto de um artigo que o João publicou na Revista da SEP há alguns anos.  
 
Divirtam-se!