sexta-feira, 15 de março de 2019

Neil Armstrong (1930-2012)

Não vi o documentário ainda e, provavelmente, o que vou dizer não vai fazer muito sentido pra maioria dos meus amigos e pra totalidade dos que não acompanharam à época a epopeia da Apolo XI. O que vai dito aqui foi despertado pela leitura deste comentário sobre o filme, publicado há poucos dias.

Eu tinha 7 anos quando pousaram na Lua pela primeira vez e me lembro bem de ficar acordado até meia-noite pra ver aquele pouso histórico. Eu tinha uma espécie de "mapa" do voo, publicado no número especial de uma revista, e que usei muitas vezes para brincar de Apolo XI, simulando cada etapa da viagem: a decolagem, as manobras de acoplamento e desacoplamento, a alunissagem, a reentrada na atmosfera e o resgate no mar.

Neil Armstrong era, dos três tripulantes daquela missão, o que mais me cativava e, certamente, não apenas por ser o seu comandante. Eu achava que havia algo de trágico no papel de Michael Collins, que iria até lá mas não desceria na Lua, e um tanto de arrogante na figura de Buzz Aldrin, com quem nunca consegui simpatizar. Neil Armstrong parecia diferente e, ao ler o comentário sobre o filme, me dei conta do que consistia esta diferença, aquilo que me cativava: o contraponto humano com a dimensão de tudo que cercava aquela missão.

De novo: não sei se isso vai fazer sentido pra mais alguém. De fato, é engraçado como estas coisas podem soar como uma revelação, o esclarecimento súbito de algo que você pressentia desde há muito tempo mas nunca soube explicar direito, de coisas que fizeram parte de uma infância.