Curiosidades sobre tudo que me interessa: de filosofia a romances policiais, de economia a imagens que dispensam qualquer comentário.
terça-feira, 14 de setembro de 2021
No dia do lançamento da primeira edição d'O Capital
terça-feira, 31 de agosto de 2021
Para ler a Riqueza das Nações de Adam Smith, com Maria Pia Paganelli
A Riqueza das Nações é daqueles livros que todo mundo comenta, mas pouca gente leu de verdade. A partir de agora, há uma boa razão pra isso deixar de ser assim. É que acaba de ser lançado o guia para leitura da Riqueza das Nações preparado pela minha amiga querida, Maria Pia Paganelli!
quinta-feira, 26 de agosto de 2021
O capitalismo no Brasil
terça-feira, 27 de julho de 2021
José Arthur Giannotti (1930-2021)
domingo, 11 de julho de 2021
Podcast: uma conversa sobre Adam Smith e o iluminismo escocês
sábado, 24 de abril de 2021
30 anos de Nova Economia
Há um novo número da revista Nova Economia na praça: é um número especial sobre armadilhas de renda média (middle income traps) com colaborações de autores da África do Sul, Austrália, Coréia do Sul e Índia, além de colegas do Brasil. São artigos derivados de apresentações feitas no seminário sobre Development, lock-ins, traps and catch up: India, China, South Africa, South Korea and Latin America, realizado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em julho de 2019.
Com este número completa-se o volume 30 da revista e, com ele, os primeiros 30 anos de sua existência. Nova Economia foi lançada em 1990, quando João Antonio de Paula, o principal responsável por sua criação, era chefe do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG. Tinha a intenção de ser uma revista plural e interdisciplinar, que acolhesse temas e abordagens diversificados que, indo além dos limites da teoria econômica, auxiliassem a compreensão dos fenômenos econômicos. Compromissos que a revista procurou preservar ao longo de sua existência, apesar da frequente intolerância e exclusivismo teóricos e de intensa especialização que marcaram estas décadas.
Fui secretário editorial da revista entre 2000 e 2006, e seu editor entre 2006 e 2009, e continuo participando de seu comitê editorial. Sinto uma incontida satisfação de ter tomado parte em sua reformulação gráfica e sua modernização editorial. Foi um período de vencer desafios: buscar a internacionalização -- autores, pareceristas e leitores ligados a instituições de outros países --, o aumento da periodicidade, o início da publicação em meio eletrônico, a inclusão da revista em diferentes indexadores e bases bibliográficas, e muito mais.
Só quem viveu experiência semelhante sabe o trabalho e dedicação exigidos para levar a frente um projeto editorial como este, fora do eixo Rio-São Paulo e em condições muitas vezes adversa. Isso só reforça a minha gratidão por aqueles que apoiaram e participaram do trabalho desde a criação da revista: colegas da universidade, autores, pareceristas, revisores, editores e secretários editoriais, diagramadores, indexadores, gráficos, programadores visuais, artistas convidados, patrocinadores e tantos outros. Sim, tenho muitas razões para estar contente de ter participado desta história e para seguir participando.
Fico mais contente ainda de ver a revista prosseguir sua trajetória bem sucedida nas boas mãos do Gustavo Rocha e dos que tomam parte da equipe editorial -- atualmente, o João Prates Romero e o Alexandre Stein --, sem falar na colaboração da Tereza Carvalho a frente da curadoria de arte. Não vou dizer que é a melhor revista de economia do país porque sou mineiro e, sendo assim, é melhor afetar modéstia. Além de tudo, tendo participado intensamente deste projeto, sou suspeito pra afirmar qualquer coisa. Mas, convenhamos, ela é. Uma coisa faço questão de dizer: como é linda! Nem parece revista de economista.
Vida longa para a Nova Economia!
segunda-feira, 5 de abril de 2021
Ciro Flávio Bandeira de Mello
Foi só ontem que, por meio da minha amiga Tereza Bruzzi de Carvalho, fiquei sabendo desta homenagem muito linda dos colegas do Depto. de História da UFMG ao saudoso Ciro Flávio Bandeira de Mello, o fundador e, por muito tempo, a alma da revista Varia Historia.
Ciro foi professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, a Fafich, por muitos anos e uma figura humana inesquecível por sua sabedoria e erudição, sua simplicidade e simpatia. As longas horas de conversa no bar do Jaime, convenientemente instalado ao lado das livrarias Ouvidor e Quixote, vão ficar pra sempre comigo.
Como ficará a memória de sua luta para viabilizar a Varia Historia, onde tive o prazer de publicar um artigo em 1997, em parceria com o Rodrigo Simões, sobre Belo Horizonte (um tema caro a nós todos). O artigo foi publicado num número especial sobre os 100 de fundação da capital. Editado pelo Ciro e pelo João Antonio, este número está com acesso aberto no site da revista e tem muitas preciosidades.
Ciro Flávio Bandeira de Mello |
domingo, 14 de março de 2021
Sobre a nova edição do livro Economia da ciência, tecnologia e inovação
Recebi com enorme satisfação o convite dos organizadores para participar da segunda edição, revista e ampliada, do livro Economia da ciência, tecnologia e inovação: fundamentos teóricos
e a economia global, editado pelos meus colegas e professores Márcia
Rapini, Janaina Ruffoni, Leandro Alves Silva e Eduardo da Motta e
Albuquerque.
Lançado originalmente em 2017, por iniciativa de pesquisadores do Cedeplar-UFMG, o livro reuniu contribuições de autores ligados a diferentes instituições universitárias. Oferecia uma apresentação de um amplo leque de temas sobre a relação entre o progresso tecnológico e o desenvolvimento econômico. Inspirados numa abordagem schumpeteriana ou evolucionária, os autores dos quinze capítulos da obra buscavam sistematizar os diversos aspectos daquela relação, além de abordar alguns tópicos de fronteira nos estudos da área. Paralelamente, o volume pretendia servir como livro-texto de apoio ao ensino de disciplinas de economia da ciência e tecnologia ou de economia industrial nos cursos de graduação e pós-graduação, cobrindo assim uma lacuna sentida pelos professores destas disciplinas (ver a resenha de Antonio Carlos Diegues sobre esta primeira edição, publicada na Revista Brasileira de Inovação).
Nesta segunda edição, outros dez capítulos foram adicionados aos originais, agora revistos a luz da experiência de seu uso desde o lançamento da primeira edição. O volume passou a integrar a coleção População & Economia, editada pelo Cedeplar, e reúne agora vinte e cinco textos, que têm os mesmos objetivos que pautaram a edição anterior. O lançamento foi realizado em 23 de fevereiro e contou com a participação inspirada do Prof. Clélio Campolina Diniz (o registro em vídeo do evento está disponível no youtube).
Entre os novos capítulos, os organizadores decidiram incluir um artigo que publiquei há algum tempo e que, no juízo destes colegas, continua sendo útil. Ele procura localizar o surgimento da teoria evolucionista "a partir de pesquisas empíricas sobre inovações tecnológicas e transformações institucionais em diferentes países, que deixaram claro as dificuldades de reconciliar os princípios centrais das teorias convencionais com os resultados obtidos nessas investigações". Em paralelo, apresento as principais características da abordagem evolucionista em economia, comparando-as com as de abordagens ditas sistêmicas adotadas em outras ciências.
Nos 138 anos da morte de Marx
Os
últimos dias de Karl Marx foram marcados pelo sofrimento causado pela
morte de Jenny, sua filha mais velha, em 11 de janeiro daquele ano de
1883, e pelas dores provocadas pela doença que o acometeu.
Rouco a
ponto de mal poder falar, sem apetite e com dificuldade de engolir
alimentos e, finalmente, com um abcesso no pulmão, ele permaneceu em seu
quarto sem poder trabalhar, lendo romances franceses e catálogos de
editores.
Numa carta escrita a Friedrich Sorge, Engels contava
que naquelas semanas, toda vez que ele se dirigia à casa de Marx para
visitá-lo, temia, ao chegar em sua rua, encontrar as cortinas da casa
abaixadas em sinal de luto.
Numa quarta-feira, 14 de março, há
exatos 138 anos, ele chegou à casa de Marx por volta das 14h30 e
encontrou a família em lágrimas. Helene Demuth subiu ao quarto para verificar se Marx poderia receber o amigo e o encontrou adormecido.
Retornou a sala e convidou Engels a subir. Quando entraram no quarto,
encontraram Marx sem pulso ou respiração: "num intervalo de dois minutos
ele havia falecido, em paz e sem dor".
O funeral foi realizado
três dias depois, no cemitério de Highgate. Marx havia pedido uma
cerimônia simples e restrita a um pequeno grupo. Foi sepultado no mesmo túmulo em que Jenny, sua esposa. Compareceram apenas onze pessoas, que
ouviram o discurso que Engels pronunciou a beira da sepultura e que
terminou com estas palavras: "Seu nome perdurará através dos séculos,
assim como sua obra". Engels nunca esteve tão certo.
Marx não dirigiu nenhuma revolução vitoriosa, não criou nenhum partido duradouro, nem sequer concluiu a obra teórica a qual dedicou seus melhores anos de vida. Seu legado, porém, continua vivo até hoje, porque as questões que formulou continuam sendo as questões incontornáveis do nosso tempo e não há razão alguma para supor que, para enfrentá-las, podemos renunciar a sua reflexão.
Viva Marx!
A última foto de Marx, feita em Argel, em fevereiro de 1882. |