Estive com Giannotti uma só vez. Foi no final de 1988, se a memória não me trai. Recebeu-me em seu gabinete no Cebrap, a pedido de Francisco Iglésias, depois que lhe enviei um projeto que fiz pensando em me candidatar ao doutorado na USP sob sua orientação. Conversamos bastante.
Ele não se entusiasmou com o projeto. Não acho que fosse ruim, mas ele tinha lá suas razões. Propôs, em contrapartida, que eu ingressasse no programa de quadros do Cebrap, criado poucos anos antes. Sugeriu que eu me dedicasse a ler Platão e me abstivesse de Marx por um tempo.
Ponderei a proposta e, por razões que tinham mais relação com circunstâncias pessoais, acabei decidindo seguir outro rumo. De todo modo, Trabalho e Reflexão seguiu sendo um texto importante para mim por muito tempo. Os livros posteriores, ao contrário, nunca foram.
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