domingo, 14 de março de 2021

Nos 138 anos da morte de Marx

Os últimos dias de Karl Marx foram marcados pelo sofrimento causado pela morte de Jenny, sua filha mais velha, em 11 de janeiro daquele ano de 1883, e pelas dores provocadas pela doença que o acometeu.

Rouco a ponto de mal poder falar, sem apetite e com dificuldade de engolir alimentos e, finalmente, com um abcesso no pulmão, ele permaneceu em seu quarto sem poder trabalhar, lendo romances franceses e catálogos de editores.

Numa carta escrita a Friedrich Sorge, Engels contava que naquelas semanas, toda vez que ele se dirigia à casa de Marx para visitá-lo, temia, ao chegar em sua rua, encontrar as cortinas da casa abaixadas em sinal de luto.

Numa quarta-feira, 14 de março, há exatos 138 anos, ele chegou à casa de Marx por volta das 14h30 e encontrou a família em lágrimas. Helene Demuth subiu ao quarto para verificar se Marx poderia receber o amigo e o encontrou adormecido. Retornou a sala e convidou Engels a subir. Quando entraram no quarto, encontraram Marx sem pulso ou respiração: "num intervalo de dois minutos ele havia falecido, em paz e sem dor".

O funeral foi realizado três dias depois, no cemitério de Highgate. Marx havia pedido uma cerimônia simples e restrita a um pequeno grupo. Foi sepultado no mesmo túmulo em que Jenny, sua esposa. Compareceram apenas onze pessoas, que ouviram o discurso que Engels pronunciou a beira da sepultura e que terminou com estas palavras: "Seu nome perdurará através dos séculos, assim como sua obra". Engels nunca esteve tão certo. 

Marx não dirigiu nenhuma revolução vitoriosa, não criou nenhum partido duradouro, nem sequer concluiu a obra teórica a qual dedicou seus melhores anos de vida. Seu legado, porém, continua vivo até hoje, porque as questões que formulou continuam sendo as questões incontornáveis do nosso tempo e não há razão alguma para supor que, para enfrentá-las, podemos renunciar a sua reflexão. 

Viva Marx!

 

Karl Marx 1882
A última foto de Marx, feita em Argel, em fevereiro de 1882.


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