Andrea Camilleri tinha 69 anos quando publicou A Forma da Água, o primeiro livro da série com o Inspetor Montalbano. Demorou cinco anos para que a tradução fosse publicada no Brasil (ela chegou três anos antes da tradução inglesa, o que não deixa de ser um consolo). Depois disso, foi uma espera contínua pelos livros seguintes da série, da qual me tornei um leitor assíduo.
Montalbano nunca me decepcionou. Sempre debochando dos poderosos e expondo sua truculência e sua estupidez. Camilleri, também, jamais me decepcionou. Não se calou diante dos absurdos de Berlusconi e Salvini, e nunca poupou a direita ensandecida de seu país de uma crítica justa e dura.
Livro após livro, Camilleri e Montalbano animaram meus sonhos de morar em Vigatá, frequentar suas trattorias e osterias, conhecer Livia, Fazio, Mimì Augello, o jornalista Nicolò Zito e conversar com Catarè, o impagável Catarella, "pessoalmente em pessoa".
Andrea Camilleri morreu ontem, aos 93 anos. Dizem que deixou com seu editor um volume inédito em que conta a última estória de Montalbano. A ver.
Esta foi uma grande perda!
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