Recebi com enorme satisfação o convite dos organizadores para participar da segunda edição, revista e ampliada, do livro Economia da ciência, tecnologia e inovação: fundamentos teóricos
e a economia global, editado pelos meus colegas e professores Márcia
Rapini, Janaina Ruffoni, Leandro Alves Silva e Eduardo da Motta e
Albuquerque.
Lançado originalmente em 2017, por iniciativa de pesquisadores do Cedeplar-UFMG, o livro reuniu contribuições de autores ligados a diferentes instituições universitárias. Oferecia uma apresentação de um amplo leque de temas sobre a relação entre o progresso tecnológico e o desenvolvimento econômico. Inspirados numa abordagem schumpeteriana ou evolucionária, os autores dos quinze capítulos da obra buscavam sistematizar os diversos aspectos daquela relação, além de abordar alguns tópicos de fronteira nos estudos da área. Paralelamente, o volume pretendia servir como livro-texto de apoio ao ensino de disciplinas de economia da ciência e tecnologia ou de economia industrial nos cursos de graduação e pós-graduação, cobrindo assim uma lacuna sentida pelos professores destas disciplinas (ver a resenha de Antonio Carlos Diegues sobre esta primeira edição, publicada na Revista Brasileira de Inovação).
Nesta segunda edição, outros dez capítulos foram adicionados aos originais, agora revistos a luz da experiência de seu uso desde o lançamento da primeira edição. O volume passou a integrar a coleção População & Economia, editada pelo Cedeplar, e reúne agora vinte e cinco textos, que têm os mesmos objetivos que pautaram a edição anterior. O lançamento foi realizado em 23 de fevereiro e contou com a participação inspirada do Prof. Clélio Campolina Diniz (o registro em vídeo do evento está disponível no youtube).
Entre os novos capítulos, os organizadores decidiram incluir um artigo que publiquei há algum tempo e que, no juízo destes colegas, continua sendo útil. Ele procura localizar o surgimento da teoria evolucionista "a partir de pesquisas empíricas sobre inovações tecnológicas e transformações institucionais em diferentes países, que deixaram claro as dificuldades de reconciliar os princípios centrais das teorias convencionais com os resultados obtidos nessas investigações". Em paralelo, apresento as principais características da abordagem evolucionista em economia, comparando-as com as de abordagens ditas sistêmicas adotadas em outras ciências.