sábado, 24 de abril de 2021

30 anos de Nova Economia

Há um novo número da revista Nova Economia na praça: é um número especial sobre armadilhas de renda média (middle income traps) com colaborações de autores da África do Sul, Austrália, Coréia do Sul e Índia, além de colegas do Brasil. São artigos derivados de apresentações feitas no seminário sobre Development, lock-ins, traps and catch up: India, China, South Africa, South Korea and Latin America, realizado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em julho de 2019.

Com este número completa-se o volume 30 da revista e, com ele, os primeiros 30 anos de sua existência. Nova Economia foi lançada em 1990, quando João Antonio de Paula, o principal responsável por sua criação, era chefe do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG. Tinha a intenção de ser uma revista plural e interdisciplinar, que acolhesse temas e abordagens diversificados que, indo além dos limites da teoria econômica, auxiliassem a compreensão dos fenômenos econômicos. Compromissos que a revista procurou preservar ao longo de sua existência, apesar da frequente intolerância e exclusivismo teóricos e de intensa especialização que marcaram estas décadas.

Fui secretário editorial da revista entre 2000 e 2006, e seu editor entre 2006 e 2009, e continuo participando de seu comitê editorial. Sinto uma incontida satisfação de ter tomado parte em sua reformulação gráfica e sua modernização editorial. Foi um período de vencer desafios: buscar a internacionalização -- autores, pareceristas e leitores ligados a instituições de outros países --, o aumento da periodicidade, o início da publicação em meio eletrônico, a inclusão da revista  em diferentes indexadores e bases bibliográficas, e muito mais.

Só quem viveu experiência semelhante sabe o trabalho e dedicação exigidos para levar a frente um projeto editorial como este, fora do eixo Rio-São Paulo e em condições muitas vezes adversa. Isso só reforça a minha gratidão por aqueles que apoiaram e participaram do trabalho desde a criação da revista: colegas da universidade, autores, pareceristas, revisores, editores e secretários editoriais, diagramadores, indexadores, gráficos, programadores visuais, artistas convidados, patrocinadores e tantos outros. Sim, tenho muitas razões para estar contente de ter participado desta história e para seguir participando.

Fico mais contente ainda de ver a revista prosseguir sua trajetória bem sucedida nas boas mãos do Gustavo Rocha e dos que tomam parte da equipe editorial -- atualmente, o João Prates Romero e o Alexandre Stein --, sem falar na colaboração da Tereza Carvalho a frente da curadoria de arte. Não vou dizer que é a melhor revista de economia do país porque sou mineiro e, sendo assim, é melhor afetar modéstia. Além de tudo, tendo participado intensamente deste projeto, sou suspeito pra afirmar qualquer coisa. Mas, convenhamos, ela é. Uma coisa faço questão de dizer: como é linda! Nem parece revista de economista.

Vida longa para a Nova Economia!

 


 

 

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Ciro Flávio Bandeira de Mello

Foi só ontem que, por meio da minha amiga Tereza Bruzzi de Carvalho, fiquei sabendo desta homenagem muito linda dos colegas do Depto. de História da UFMG ao saudoso Ciro Flávio Bandeira de Mello, o fundador e, por muito tempo, a alma da revista Varia Historia.


 

Ciro foi professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, a Fafich, por muitos anos e uma figura humana inesquecível por sua sabedoria e erudição, sua simplicidade e simpatia. As longas horas de conversa no bar do Jaime, convenientemente instalado ao lado das livrarias Ouvidor e Quixote, vão ficar pra sempre comigo. 

Como ficará a memória de sua luta para viabilizar a Varia Historia, onde tive o prazer de publicar um artigo em 1997, em parceria com o Rodrigo Simões, sobre Belo Horizonte (um tema caro a nós todos). O artigo foi publicado num número especial sobre os 100 de fundação da capital. Editado pelo Ciro e pelo João Antonio, este número está com acesso aberto no site da revista e tem muitas preciosidades.

 

Ciro Flávio Bandeira de Mello