Olha aí, que beleza! Já está circulando a nova norma da ABNT pra você
formatar seu artigo científico. Você paga R$54,60 (isso mesmo) pra
obter a norma e ficar sabendo direitinho o que deve escrever em negrito,
onde deve colocar o ponto ou a vírgula etc etc.
O mais curioso
disso tudo é que as pessoas considerem as normas bibliográficas da ABNT
como "oficiais", um modelo obrigatório com força de lei e que deve ser
adotado em qualquer publicação ou instituição. Desconheço qualquer legislação que imponha seu uso e, se houvesse, tanto pior.
Pra piorar -- e talvez seja este o ponto que mais me incomoda --, a
norma da ABNT para formatação de textos acadêmicos, ao contrário de
outras que existem por aí, é desprovida de qualquer elegância: sua
adoção torna qualquer texto imensamente feio. E, lamento reconhecer,
ainda sou daqueles que consideram que uma publicação deve aliar bom
conteúdo à boa forma, não devendo dispensar uma apresentação apurada e
de bom gosto.
Finalmente, tem isso da ABNT cobrar (e cobrar caro)
pelo simples acesso às suas normas. É algo que tem sido objeto de
frequente contestação, inclusive judicial, mas continua valendo. A ABNT é
uma instituição privada, "sem fins lucrativos e de utilidade pública", e
recebe recursos públicos para custear seu funcionamento.
Desculpem pelo texto longo, mas esta é uma das minhas birras antigas.
Tudo isso está bem explicado neste dois textos: o primeiro, tem mais de
dez anos, mas continua atual; o outro, mais longo, é mais recente, mas aponta problemas que são antigos e continuam intocados.
Do primeiro texto, reproduzo a sugestão dirigida aos professores:
"Se você é docente, não imponha as normas da ABNT para os textos de seus alunos. Verifique se sua instituição define padrões próprios que não dependam da ABNT, ou procure por formatos definidos por outras instituições que atendam suas necessidades."
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