Alguém se deu ao trabalho de ler o "estudo"? Ele está disponível no site do IBPT. Tem só seis páginas, contando com a capa e o currículo dos "pesquisadores" (dessa vez, nenhum economista na equipe responsável). As letras são garrafais, o espaço entre linhas generoso e traz uma longa tabela. Recomendo a leitura: é divertido, especialmente se você não for como eu, que até hoje me irrito com essas barbaridades.
O "estudo" é feito com base numa comparação de carga tributária com IDH. Isso mesmo: compara alhos com bugalhos. Para dar um verniz de seriedade, acharam um nome pomposo para o novo indicador: "Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade (IRBES)". Infelizmente, continua sendo uma comparação sem pé nem cabeça.
O "estudo" resume-se aos dados do Brasil e de outros 29 países, que supostamente tem a maior carga tributária (não conferi se são esses mesmos). Cadê os de carga tributária baixa? Qual é o IDH deles? E o IRBES deles? É pior ou melhor que o do Brasil? Ninguém sabe, ninguém viu.
Mas o melhor é a metodologia do "trabalho" (sim, a "pesquisa" tem metodologia!). Cito para não poupar ninguém desse lampejo de inteligência:
"METODOLOGIA DO ESTUDOFrancamente, deu pra entender? Não? Então releia. É um despautério... Pode rir a vontade.
O ranking é determinado pela ordem crescente do valor calculado referente ao IRBES de cada país. Quanto maior o valor deste índice, melhor é o retorno da arrecadação dos tributos para a população.
O IRBES é decorrente da somatória do valor numérico relativo à carga tributária do país, com uma ponderação de 15%, com o valor do IDH, que recebeu uma ponderação de 85%, por entendermos que o IDH elevado, independentemente da carga tributária do país, é muito mais representativo e significante do que uma carga tributária elevada, independentemente do IDH. Assim sendo, entendemos que o IDH necessariamente deve ter um peso bem maior para a composição do índice."
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