Por uma destas associações livres, me pequei lembrando do ESAB Esporte Clube, o time da Elektriska Svetsnings-Aktiebolaget, uma fábrica sueca de equipamentos de solda elétrica, que existia (ainda existe?) em Contagem (MG). O time do ESAB fez uma breve aparição nos anos 1970, quando eu ainda acompanhava estas coisas. Disputou dois ou três campeonatos mineiros. Não era uma Brastemp, mas também não era de se jogar fora. Chegou a contratar jogadores veteranos do Atlético e do Cruzeiro, como Oldair Barchi e Evaldo, e a atrair a atenção da imprensa, como se vê nesta reportagem da Placar.
Times de
empresas sempre houve, mas o que me impressionava no ESAB era o visual:
o uniforme em preto e amarelo, cores pouco comuns na época, e o escudo
retangular, bem diferente dos brasões usuais. Lembro de ter montado um
time de futebol de botão do ESAB, combinando lentes pintadas e galalites
coloridas, além de um goleiro de caixa de fósforos com o tradicional
recheio de chumbo, decorado com fita isolante preta e amarela e o escudo
recortado de alguma revista. Modéstia às favas, ficou show.Lendo aqui e ali, me dou conta de que a lembrança do ESAB, despertada pelo jogo contra o Coimbra, não é tão despropositada como podia parecer à primeira vista. Na verdade, tem lá suas razões de ser: descobri que o uniforme do Coimbra é de um laranja e preto que não chega a ser comum, que o time também nasceu em Contagem e que o escudo (o atual) tem a forma de brasão, mas não deixa de ser bem estiloso. Só espero que a vida do clube não seja tão curta quanto a do ESAB.
PS. Depois de publicar no facebook a primeira versão deste texto, descobri, para minha surpresa, que Leif Grönstedt, o sueco que chegou ao Brasil em 1968 era diretor financeiro da ESAB e um dos principais responsáveis pelo time da empresa, é pai do Eduardo Ragnar Grönstedt, que foi meu aluno na UFMG e nem era nascido quando tudo isso aconteceu. Nesta outra reportagem doa Globo Esporte ele conta um pouco daquela história.
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| Oldair Barchi (1939-2014) |
