quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Zahar


Os que são da minha geração e estudaram economia, filosofia, história ou ciências sociais certamente vão se lembrar dos livros da Zahar. A editora respondia por boa parte dos lançamentos nacionais e das traduções publicadas nestas áreas.

Ainda lembro do meu encontro com a incontornável 'História da Riqueza do Homem', do Leo Huberman, leitura feita no último ano do científico, que é como se chamava o ensino médio. Depois vieram outros livros, lidos durante a graduação: Dobb, Schumpeter, Sweezy, Baran, Rosa, Marcuse, Fromm, Cardoso e Faletto, Conceição Tavares, Florestan e tantos outros. A maioria comprei nas livrarias do centro da cidade, que é onde elas se concentravam: na Itatiaia, no Zé Maria, no Daniel Vaitsman, na Vozes, no Amadeu ou na velha Copec. Quase todas não existem mais, mas os livros ainda tenho comigo.

Naquela época, a Zahar era, incontestavelmente, uma editora importante. Aos 60 anos, completados nos ano passado, sua linha editorial mudou, abrindo-se para a literatura, incorporando outras áreas e dando mais ênfase à psicanálise. O velho Jorge Zahar não está mais a frente da editora que, apesar disso, continua importante.

Estou contando isto tudo porque acabei de ler o livro aí da foto, 'A marca do Z'. É uma mistura bem feita de duas estórias que quase se confundem: a biografia de Jorge Zahar e a história da editora que ele criou. O texto é leve, bem escrito e apoiado numa pesquisa competente. O projeto gráfico é muito bonito. Vale a leitura pra quem se interessa por estas coisas, inclusive pelas memórias que o livro evoca. É isso.

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