domingo, 22 de novembro de 2015

Sobre a edição crítica das obras de Marx e Engels (2)

O artigo sobre as duas tentativas de editar a Marx-Engels-Gesamtausgabe (MEGA), que apresentei em um comentário anterior quando de sua divulgação preliminar como "texto para discussão", acaba de ser publicado na Revista de Economia Política:

CERQUEIRA, H. (2015). Breve história da edição crítica das obras de Karl Marx. Revista de Economia Política, 35(4), 825-844.
https://dx.doi.org/10.1590/0101-31572015v35n04a08

O acesso a essa versão é aberto, e pode ser feito através da base SciELO. O artigo está disponível nos formatos HTML, PDF e EPDF.



quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Assegurada a continuidade do projeto editorial da MEGA2

A boa notícia do dia é que, graças ao apoio financeiro da Deutsche Akademie der Wissenschaften, o desenvolvimento do projeto de edição das obras completas de Marx e Engels, a Marx-Engels Gesamtausgabe (MEGA), está assegurado pelos próximos 16 anos! 

O anúncio foi feito pela Berlin-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften (BBAW) e pode ser conferido aqui.

A edição da MEGA é feita em cooperação internacional por um conjunto de instituições que, além da BBAW, incluem o  Instituto Internacional de História Social Amsterdam (IISH), o Arquivo Russo de História Social e Política (RGASPI) e equipes de especialistas em diferentes países. A natureza e os inúmeros percalços do projeto editorial da MEGA podem ser conhecidos lendo-se esse texto sobre a história da edição crítica das obras de Karl Marx.

A continuidade do projeto editorial prevê uma mudança no formato dos novos volumes. Alguns manuscritos e cadernos de excertos ainda inéditos, como aqueles relacionados ao tema das crises econômicas e os famosos cadernos de Londres, serão publicados em formato de livro impresso. Os trabalhos jornalísticos e outros manuscritos, bem como a correspondência de Marx e Engels serão, daqui por diante, publicados exclusivamente em formato digital. 


Volumes da segunda seção da MEGA 2 (foto do blog de Roland Boer).

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

As lições de Riccardo Bellofiore sobre o primeiro livro 'O Capital'

Acabam de ser publicados os 14 vídeos de uma série de aulas sobre o primeiro livro d'O Capital, Marx, proferidas por Riccardo Bellofiore (Università di Bergamo). Os vídeos foram registrados em Turim, entre outubro de 2014 e maio de 2015, e as aulas foram ministradas em italiano.


Manuscritos de Marx e Engels estão disponíveis para consulta

O Instituto Internacional de História Social (IIHS), de Amsterdã, anunciou recentemente a digitalização e disponibilização on line de todos os textos originais da coleção Marx e Engels. Eles agora podem ser consultados pela internet, através do catálogo das coleções do IIHS, e baixados gratuitamente em formato PDF.

O Arquivo Marx/Engels reúne textos e manuscritos desses dois autores, que foram preservados pelo IIHS desde 1938:
"Entre os papéis de Marx, há documentos pessoais e sua correspondência com Engels, Bruno Bauer, Nikolai Danielson, Moses Hess (...) e muitos outros. A coleção inclui também a correspondência com membros da família, os manuscritos de sua tese doutoral, partes do manuscrito de Para a crítica da filosofia do direito de Hegel e d’A ideologia alemã, os manuscritos econômicos de 1857-1859 e partes d’O Capital, inclusive as correções e notas adicionais feitas num exemplar impresso com vistas à segunda edição do Livro I. Há ainda quase 200 cadernos de notas com excertos de livros e publicações sobre economia, história, filosofia e outras áreas científicas. Entre os papéis de Engels, além de documentos pessoais e de sua correspondência com Marx, Victor Adler, August Bebel, Eduard Bernstein, Karl Kautsky, Antonio Labriola, Paul Lafargue, Georgij Plekhanov e outras tantas pessoas, há também manuscritos da Dialética da natureza, trabalhos preliminares para a composição do Anti-Dühring, além de notas e excertos de livros e outras publicações".
Os materiais do Arquivo tem sido intensamente estudados por pesquisadores de todo o mundo, particularmente no contexto dos esforços realizados nos últimos anos para editar uma nova coleção das obras completas de Marx e Engels, a Marx-Engels-Gesamtausgabe ou MEGA2 (a esse respeito, veja-se o texto Da MEGA à MEGA2).

No âmbito das pesquisas desenvolvidas no Cedeplar, temos trabalhado com alguns dos manuscritos inéditos de Marx guardados pelo IIHS, seus cadernos de excertos dos anos 1860, para entender a evolução de sua concepção teórica sobre as crises econômicas do capitalismo. Alguns resultados dessa pesquisa podem ser vistos nos textos Notes on a crisis e Marx, the notebooks on the crisis of 1866 and structural changes in capitalism, escritos pela equipe envolvida no projeto.

Para os que tem uma curiosidade menos "profissional" pela obra dos dois pensadores, não deixa de ser interessante ter a possibilidade de travar contato direto com esse material. Ler os manuscritos, porém, é uma outra questão. São muitas as dificuldades a serem vencidas, a começar pelo deciframento da caligrafia de Marx, que exige conhecimentos de especialista. De todo modo, poder consultar a íntegra desse material  através da internet tornará, sem dúvida, mais simples a tarefa de estudá-los.



Um manuscrito de Marx mostrando sua caligrafia característica.


sábado, 17 de outubro de 2015

Seminário: Crise capitalista e perspectivas emancipatórias

De 27 a 29 de outubro, o Cedeplar promoverá o seminário Crise capitalista e perspectivas emancipatórias. O evento está sendo organizado pelo grupo de pesquisa em Economia Política Contemporânea, e contará com a presença de convidados como Alex Callinicos, professor de teoria social e economia política internacional do King's College London, e outros 28 pesquisadores e professores de diferentes universidades brasileiras.

O seminário tem por objetivo
"discutir aspectos relevantes da realidade social, econômica, política, cultural e contemporânea em perspectiva crítica. O ponto de partida da proposta é a constatação da exacerbação da crise capitalista mundial, que não se restringe à dimensão econômica, e que tem sido acompanhada, de um lado, de significativa perda da relevância de respostas à esquerda, seja do ponto de vista organizativo, seja do ponto de vista programático; e, de outro lado, de ameaçadora expansão obscurantista. A esses aspectos gerais buscar-se-á, também, considerar os rebatimentos sobre o Brasil da crise mundial privilegiando-se, no referente ao País, um balanço e perspectivas da economia brasileira."
Ele está organizado a partir de três grandes temas: A Crise Capitalista Mundial; Um Marxismo para o nosso Tempo; e Economia, Política e Sociedade Brasileira. Para cada tema estão previstas três ou quatro mesas-redondas que contarão, cada uma, com a participação de dois expositores e um debatedor. A programação completa pode ser conferida no site do Cedeplar. A intenção é que as exposições e as intervenções dos debatedores sejam posteriormente reunidas de modo a compor um livro-síntese dos resultados do Seminário.

As inscrições podem ser feitas através do envio da ficha de inscrição, acompanhada do comprovante de pagamento da taxa, para o email seminarios@cedeplar.ufmg.br





domingo, 11 de outubro de 2015

Os melhores romances policiais de 2014

Fiz o rascunho dessa postagem há um bom tempo, mas confesso que já tinha esquecido de publicá-la. Vai agora, então, com muito atraso, nem que seja para manter a série.

O ano de 2014 foi rico de novidades pra quem aprecia o gênero policial, a começar pelos lançamentos de novas edições e traduções de autores como Simenon, pela L&PM e Cia das Letras, e Agatha Christie, pela L&PM, Globo e Nova Fronteira. A exemplo do que fiz em anos anteriores, minha lista deixa de fora esses "clássicos" e se limita a indicar os melhores lançamentos entre os que tive a chance (e tempo) de ler ao longo do ano. Entre eles, dois livros mais antigos, mas somente agora lançados no Brasil: Roseanna, da dupla que deu origem à vertente nórdica do romance policial, Maj Sjöwall e Per Wahlöö, e Caçada mortal, que chegou ao Brasil simultaneamente ao lançamento do filme baseado nesse romance de Lawrence Block.

A lista é essa:

Os filhos da noite, de Dennis Lehane
Os filhos da noite, de Dennis Lehane.
Tradução de Fernanda Abreu.
Cia das Letras, 2013.



 








O Leopardo, de Jo Nesbo.
Tradução de Grete Skevik.
Record, 2014.









O beco dos mortos, de Ian Rankin.
Tradução de Álvaro Hattnher.
Cia das Letras, 2014.










Roseanna, de Maj Sjöwall e Per Wahlöö.
Tradução de Maurette Brandt.
Record, 2014.










Caçada mortal, de Lawrence Block.
Tradução de Gustavo Mesquita.
Record, 2014.




terça-feira, 5 de maio de 2015